top of page
Keyboard and Mouse

Blogue da Roseli

Buscar
Foto do escritor: RoseliRoseli

Yèyīng (O rouxinol) é um filme de drama chinês de 2013 dirigido e escrito por Philippe Muyl. Foi selecionado como representante da China à edição do Oscar 2014, organizada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. O filme no momento está disponível no Reserva Imovision Amazon Channel.

Há nessa obra a marcante metáfora do rouxinol que se impõe como ideia de enfrentamento das dificuldades sem temer o medo. Exatamente essa a proposta de um avô em relação à neta que tão somente conhece a vida em Pequim. Uma vida de comodidades e tecnologia favorecida por seus pais, principalmente o pai que é um famoso arquiteto. Eis que na viagem que a menina e o avô fazem a arquitetura mudará. Longe de enormes prédios da capital eles entram pela China milenar de construções lindíssimas e de pessoas simples sem que sejam simplórias, de cidades rodeadas pela natureza e por perigos que elas também têm. A menina aprenderá que a sobrevivência vem de outra maneira, não que nesses locais não exista a tecnologia de tablets ou celulares, mas brincar entre árvores ainda é mais divertido.

A saga de chegar ao lugar em que a família do avô começou tem como objetivo levar o já velho rouxinol para que a avó já morta possa ouvi-lo cantar. Ao mesmo tempo, é uma trajetória em busca de origens, de saber lidar com o medo como na metáfora do rouxinol.

Acompanhe a live pelo Youtube do Instituto Legus. https://www.youtube.com/c/INSTITUTOLEGUS/videos

 

 
 
Foto do escritor: RoseliRoseli

Lançada em agosto de 2024, a obra Virgínia Mordida, de Jeovanna Vieira, pela Companhia da Letras, mostra uma narrativa em que as questões da violência para com as mulheres é algo terrível. Relacionamento tóxico é o tema em questão.

A autora tem formação em jornalismo e essa obra é sua estreia em romances. Uma estreia de peso porque Vieira deixa marcas profundas na literatura com esse livro, principalmente por apontamentos que envolvem a mulher, a mulher preta.

Em várias passagens a questão racial aparece no relacionamento da protagonista com seu companheiro Henri. Diz a personagem que, logo no primeiro encontro, o namorado usou a expressão: “Vou ter que me esforçar pra dar conta de você” (2024, p 64). Mais do que implícita a frase expõe o modelo do branco homem quando se refere ao sexo com mulheres pretas em um sentido animalesco do corpo. Em outros espaços, percebemos que Henri sente-se superior àquelas mulheres da narrativa, não só em relação à namorada, mas a todas as demais. É o caso da ironia que jorra quando ele menciona o fato de que um espetáculo produzido por uma mulher preta teria patrocínio apenas porque seria um caso de cota racial. (2024, p152).

Vale recortar um capítulo que resume toda a trajetória dessa mulher, Virgínia:

‘Ninguém ama ninguém

Diz que quem ama não machuca...não abusa, não arranca pedaços...” (2024, p 165)

E para tentar entender o que se passa com ela, Virgínia começa em pensar em buscar terapeutas, psicólogos, e uma importante questão se impõe: “o mais importante é que essa profissional seja uma mulher preta...” (2024, p 132).

Acompanhe a live pelo Youtube do Instituto Legus. https://www.youtube.com/c/INSTITUTOLEGUS/videos

 

 
 
Foto do escritor: RoseliRoseli

Lançado em agosto de 2024 pela Companhia das Letras, Bambino a Roma, de Chico Buarque, trata de reminiscências da infância da década de 50 quando o autor viveu em Roma com a família. Entre retratos da memória infantil, observamos fatos históricos que marcaram época.

Sem dúvida, autobiográfica, a obra aponta o uso da primeira pessoa e emite considerações do hoje adulto Chico. Caso de comentários sobre o papel do tradutor que faz um trabalho mal pago, do fascínio que o futebol exerce sobre as pessoas. Buarque deixa clara a ideia de que a memória e os acontecimentos reais se revezariam com o que poderia ter acontecido (2024, p84). Significa que ainda que seja autobiográfico o livro contempla pitadas de ficção. O autor não se furta também a comentários sobre eventos políticos ou sociais como é o caso da morte de Getúlio Vargas em 1954. Assim a nostalgia do tempo em que também em Roma o autor ficou exilado durante o período da Ditadura.

Pontuado pela linguagem simples e algumas vezes poética, a obra revela algumas das dores sofridas por Chico. Dores que provavelmente à época ele desconhecia como o abuso sofrido por um professor. A obra vem recheada de algumas fotos da família em Roma, de receitas e de carta da antiga professora.

Como diria Freud, na obra de Buarque, a infância nada tem de romântica, mas sem dúvida contém as marcas de quem seria Chico Buarque.

Acompanhe a live pelo Youtube do Instituto Legus. https://www.youtube.com/c/INSTITUTOLEGUS/videos

 
 
bottom of page