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Blogue da Roseli

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Foto do escritor: RoseliRoseli

Santiago Nazarian tem um estilo mordaz de escritura. O que isso significa? Ninguém sai impune de suas narrativas. Ele é audaz também pelo fato de ser excelente tradutor.

O título de seu recente livro vai nessa direção. Um leitor pudico e pouco conhecedor da literatura e do autor talvez declinasse da leitura.

São várias as questões que surgem em Veado Assassino. Uma delas completamente contemporânea e atual é a presença de um personagem adolescente não binário. Mais, o jovem tem uma irmã trans. O conflito está instaurado na narrativa toda em diálogos muito bem feitos como em um texto teatral. As falas são entremeadas por um interlocutor que, ao longo da narrativa, vamos percebendo ser um profissional que tentará entender os motivos do rapaz. Contar sobre isso ao leitor que ainda não leu quebra a ideia de um certo suspense da obra.

Veado Assassino tem publicação da Companhia das Letras e chegou ao mercado em 2023. O autor escreveu o belíssimo Fé no Inferno sobre o genocídio armênio, entre outras obras. Vale conferir!

Live no YouTube do Instituto Legus.

 
 
Foto do escritor: RoseliRoseli

Lançado em setembro de 2023, o filme tem levado muita gente ao cinema com, inclusive, oferta de ingressos gratuitos. Por quê?

Antes de mais nada, por conta do tema delicado de que trata: a pedofilia, as redes que envolvem sequestros de crianças.

O diretor mexicano é José Alejandro Gómez Monteverde que ganhou o prêmio de público com o filme Bella. O ator que interpreta o agente federal americano, Jim Caviezel, faz um apelo ao final do filme a fim de convocar novos espectadores para a obra.

Segundo críticas, o ator tem relação próxima com o personagem real do filme e mantém também contato com algumas pessoas que consideram a obra um espaço político.

De qualquer forma, política ou não, a obra aborda questões trágicas que envolvem pedofilia, tráfico e escravidão de crianças. O olhar se volta a países latinos com população simples e ingênua que é abordada por pessoas espertas que despertam sonhos de pais de crianças.

A pedofilia, no sentido simples herdado dos gregos, aponta para pessoas que têm predileção por atos libidinosos com crianças. Isso gera um comércio ilegal de tráfico que envolve um número grande de atravessadores que ganham muito dinheiro com essas operações.

No caso do filme, o sequestro acontece em Honduras, as crianças passam pelo México e, quase sempre, vão parar na Europa ou nos Estados Unidos. Live no Youtube do Instituto Legus.

Do ponto de vista fílmico, a obra é interessante com cortes entre os países cuja paisagem passam além da natureza exuberante para a pobreza de alguns lugares. Exemplo é a turística Cartagena das Índias que mostra um assombro de ocupação da floresta com pessoas que plantam também ilegalmente e que ganham com o tráfico de drogas e de crianças.

Muitos consideraram o filme como “Q A non”, uma espécie de selo que aponta obras de cunho político à direita. Essa ideia é veementemente condenada pelo diretor.

É ver para julgar.

Live no YouTube do Instituto Legus.

 
 
Foto do escritor: RoseliRoseli

Antropologia é o estudo científico da humanidade, tem como objeto o comportamento humano, biologia humana, evolução, culturas, sociedades e linguística, tanto no presente quanto no passado, incluindo o comportamento antepassado da espécie humana. Um estudo cultural, enfim.

Freud tinha um grande interesse na antropologia de seu tempo que geraram obras como Totem e Tabu e O mal-estar na civilização.

Totem e Tabu é uma leitura endereçada aos antropólogos. Freud busca analisar a gêneses dos totens – símbolos sagrados e respeitados – e dos tabus – proibições de origem incerta – que cercam e cerceiam as liberdades individuais e coletivas de uma determinada sociedade.

Na obra O mal-estar na civilização, Freud categoriza o ser humano em relação aos animais a partir da civilização. Para ele, é justamente esse elemento que dá identidade própria para a humanidade. Desse modo, carregamos um componente coletivo e complexo que designa uma superioridade dentro de uma cadeia.

Esse escavar proposto na antropologia pode ser lido na psicanálise como essa busca do primitivo, talvez as origens de alguma neurose. Acompanhe a Live no YouTube do Instituto Legus.

 
 
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