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Keyboard and Mouse

Blogue da Roseli

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Foto do escritor: RoseliRoseli

De 6 de setembro a 10 de dezembro de 2023, no Ibirapuera, o público se depara com as ‘Coreografias do Impossível’, tema da 35ª. Bienal de S. Paulo, que apresenta obras de arte contemporânea com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, projeto arquitetônico e expográfico desenvolvido pelo escritório de arquitetura Vão.

São mais de mil obras, o que requer aguçada estratégia de tempo para a visita. De fato, é uma coreografia do impossível tentar ver tudo em única passagem. Há visitas guiadas com recortes do espaço e da visão de algumas obras, isso é muito interessante porque o visitante pode escolher o percurso indo diretamente ao andar pretendido ou seguir o guia em suas escolhas.

A ideia da impossibilidade conta com obras como, por exemplo, de Arthur Bispo do Rosário já comentado aqui no Cultura em Foco. A obra com que nos deparamos logo de entrada é marcada pela grandiosidade da ocupação, Killing us Sotly… with their SPAMS… (Songs, Prayers, Alphabets, Myths, Superheroes…), do filipino, Kidlat Tahimik. Essa instalação tem 300 metros, é grandiosa e exige um tempo valioso para que possamos percorrê-la e perceber o título em tradução livre: Nos matando suavemente… (com suas músicas… histórias, alfabetos, rezas, mitos… super-heróis…). Só ela já vale a ida à Bienal. Impossível perder. Curta a Live no YouTube do Instituto Legus


 
 
Foto do escritor: RoseliRoseli

O espetáculo esteve em cartaz em 2023 com a direção de Luiz Vilhaça. Trata-se de várias narrativas de vida, de Denise inclusive. As histórias foram coletadas de pessoas de várias partes do Brasil e trazem as agruras do mundo contemporâneo, as desilusões, a correria urbana, os desencantos dos seres que precisam ser sempre ‘positivos’ ainda que tudo ao redor seja caótico.

Esse eu que provém de você mostra como esse outro nos é espelhado no cotidiano. É possível reconhecer a narrativa da própria atriz e as sensações desses outros nela e nos espectadores.

O espetáculo já começa diferente porque a atriz, a Denise, está na porta acompanhando as pessoas que vão chegando, algumas conhecidas, alguns que já assistiram ao espetáculo mais de uma vez. Ainda mais, a atriz dialoga com espectadores que se colocam em lugares dos outros dessas histórias. Mesmo no palco despido de cenários, Denise forma com o corpo esses outros e ela mesmo nas crises existenciais e bem reais.

Acompanhada de um texto final de Rafael Gomes e em palco com músicos que dão o tom dos momentos do espetáculo, dolorosos ou satíricos, esse eu da peça sai dessas narrativas e da plateia sempre diversa que contribui para a encenação. Curta a Live no YouTube do Instituto Legus

 
 
Foto do escritor: RoseliRoseli


O cineasta espanhol, Pedro Almodóvar, apresenta em 2023 mais um curta em que a geografia busca o espaço western tão recheado de estereótipos masculinos. Para um desenlace amoroso, o diretor escolheu dois atores tão maduros quanto seus personagens, Ethan Hawke e Pedro Pascal, que vestem um primoroso visual provocado pela casa Yves Saint Laurent.

O resultado é a soma de todos esses elementos apaixonados em que o desejo se vê em cena em momento inóspito tanto para o gênero western quanto ao fato de esses dois homens que se amaram na juventude chegarem pelo acaso a um reencontro desastrado.

A dureza do cenário e dos arredores, em belíssimas tomadas, garantem um espetáculo à parte para que o desejo possa se aventurar e se quebrar no tempo.

Nos cinemas, em sua estreia em outubro de 2023, a recomendação apontou que o espectador aguardasse o término do curta para ouvir a entrevista de Almodóvar a comentar o filme, suas relações com o western e a sabedoria obtida de muitos filmes sobre a questão do desejo.

Como em A voz humana, de 2020, de cores do desejo despedaçado, no curta, o cineasta narra por olhares a decepção do reencontro. O passado não se encontrou nesse futuro.

Curta a Live no YouTube do Instituto Legus


 
 
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