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Blogue da Roseli

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Foto do escritor: RoseliRoseli

A obra foi publicada pela editora Record em 2021 - em 2023 já estava na 14ª. edição - e traz uma narrativa suspensiva e angustiante. São, na verdade, duas narrativas que se cruzam e se entreolham, e que deixam o leitor em estado de torpor por o que vem adiante. O texto perpassa questões religiosas prementes envolvendo os gêmeos, Abel e Caim, que acabam sendo pré-determinados em ações por aquilo que seus nomes perpetuam.

A capa de Daniel de Jesus é marcante, um vulcão expelindo o vermelho sanguíneo que brota da escuridão, que brota desses personagens em erupção. A imagem foi retirada de Sreejith Sankaradasa Kurup, é a lava de um vulcão no Havaí. Assustadora a associação com a estreita e estonteante dupla, os irmãos cujo nome foi dado pelo pai apenas e tão somente para agredir a mãe, extremamente religiosa.

Nomes são palavras e elas podem ser mal – ditas, expelidas pela raiva. Ainda que sem a ideia do mal, esses meninos vão se confrontar vida afora e vida afora vão levar as pessoas à volta aos muitos infernos de morte e de tragédia psíquica.

Com um final eletrizante, vem o que dizemos aqui: ‘As palavras permitem todo tipo de realidade’.

Convido vocês a apreciarem os vídeos de Andrea de Barros sobre duas obras de Carla Madeira, Tudo é rio e Véspera:

 

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Foto do escritor: RoseliRoseli

Um dos principais nomes da literatura espanhola contemporânea, Rosa Montero nasceu em Madri, em 1951. É autora de diversos livros aclamados mundialmente, como A RIDÍCULA IDEIA DE NUNCA MAIS TE VER, NÓS, MULHERES e A BOA SORTE, publicados pela Todavia.

A obra O perigo de estar lúcida foi publicada pela editora Todavia em 2022. Rosa Montero traça um imenso panorama de autores e autoras como Sylvia Plath e Virginia Woolf que navegaram e naufragaram pela loucura e por tratamentos severos à base de eletrochoques para que recuperassem o que talvez possamos chamar de bom senso.

Montero passa pela ficção de obras e de suas próprias obras para questões científicas, neurológicas acerca da esquizofrenia, da depressão, das doenças que afetaram grande parte de escritores e escritoras. Segundo autora, esses artistas, notadamente os da literatura, são de certa forma considerados loucos. E, enfim, estar lúcida também seria não escrever, não entrar nesse universo da criação, da ficção.

A autora traz uma pesquisa longa e de fôlego sobre o tema e junta a isso suas próprias reflexões a respeito de haver um outro; no caso, uma outra dentro dela, como talvez pudessem ser os tantos outros de Fernando Pessoa, seus heterônimos.

Em alguns momentos a obra se torna densa por conta de inúmeras citações, todas elas apontadas ao final da obra. Mais que ficção, vê-se um longo ensaio sobre a relação entre loucura e arte ou entre loucura e artistas criativos.

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O humor, considerado pelo próprio Freud um dom precioso e raro e, também, teimoso e rebelde, distingue-se do chiste e do cômico na sua elaboração teórica de 1905, Os chistes e sua relação com o inconsciente, e de 1927, O humor, ensaio apresentado por ele ao X Congresso Internacional de Psicanálise. Se a vertente trágica que inspirou o pensamento psicanalítico e sua práxis já foi por muitos explorada, a vertente do humor, diferentemente, esteve por longos anos deixada de lado pelos seguidores da psicanálise. Winnicott e Ferenczi deram importantes contribuições sobre o humor e o brincar na clínica. Em 1957, Lacan revisita o assunto com o seminário As formações do inconsciente. Os psicanalistas de agora têm retomado (ou recobrado) o humor, considerado como o outro lado do trágico, frente e verso, trágico e cômico e valioso recurso a ser utilizado na clínica psicanalítica e na própria vida. O chiste, o humor e o riso podem ser considerados formas efetivas de se lidar com o mal-estar. (Marília Brandão Lemos Morais, disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372008000100014, acesso em 19 de fevereiro de 2024.)

 

Comentamos dois humoristas cujo trabalho está disponível na Netflix, Rick Gervais (comediante, roteirista, ator, diretor, produtor de televisão e ex-músico pop britânico. Venceu 7 BAFTAS, 5 National Comedy Awards, 3 Globos de Ouro e 2 Emmys de Primetime, tendo criado séries como The Office, Extras e After Life) e Trevor Noah (comediante, apresentador, locutor e ator sul-africano. É o atual apresentador do programa The Daily Show, tendo sucedido a Jon Stewart em 2015).

 

A questão que fica aparece no texto de Marília: humor como forma de lidar com o mal-estar.

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